19 de março de 2014

Disciplina


Se ao invés do poeta, Vinícius de Morais fosse bailarino, por certo reescreveria uma de suas frases mais famosas.
Diria: As "estrelas" que me perdoem, mas disciplina é fundamental.

Salvo algumas felizes excessões temos assistido da primeira fila a decadência do comportamento profissional.




Os tempos mudaram . Falta idealismo e paixão. Provavelmente por isso, cada dia que passa, os nossos bailarinos ( e incluo neste grupo: alunos e "supostos" profissionais) limitam mais a sua identidade artística ao momento que estão no palco pensando ser possível instalar um interruptor na coxia para ligá-lo e desligá-lo de sua condição de bailarino.


A importância do alongamento desde cedo


As consequências desse desastroso arranjo são bailarinos que não cumprem horários, andam descabelados, não tem senso de hierarquia e faltam compromissos entendidos por aulas e até apresentações.

O efeito-dominó destes maus exemplos é a assimilação de falsas concepções. Além de profanar a verdadeira arte, desvia verdadeiros talentos de uma carreira promissora.

Dizer; EU SOU BAILARINO significa antes de mais nada, assumir o significado do verbo.
É preciso ser bailarino até comendo sanduíche! ou você é bailarino 24 horas por dia, ou é melhor dizer apenas de vez em quando: "Hoje eu ESTOU bailarino..." (Se é que isso é possível!)


É tão bonito ver uma garotinha com o cóqui bem feito, sua bolsa enorme sobre os ombros, no ponto de ônibus mas colocada como se fosse entrar em cena. Entretanto, esta é uma visão cada vez mais rara.
Vê-se estudantes de ballet ir para a academia de chinelos de dedos, meias arregaçadas no meio das pernas  e milhares de adereços hippies.



Minha vó dizia: "Quem tá na chuva é pra se molhar!".

É preciso honrar a dança, em toda sua plenitude.

VIVA A DISCIPLINA!