Não existe coreografia em grupo considerada “boa” sem
ensaio.
Dançar em grupo é dançar com o outro, olhando ao redor para se
posicionar dentro da configuração proposta pela coreografia.
É um ato de partilha; generosidade. E é no ENSAIO que a
gente define nossos deslocamentos, sabendo utilizar o espaço e a força dos
movimentos.
É no ENSAIO que a gente se percebe, trabalhando nossos
pontos fracos ao arriscar nas sequencias mais técnicas e difíceis.
Porque o dia
do palco não é um dia milagroso em que são feitas limpas e infinitas piruetas
ou lindos e grandiosos saltos.
ARRISQUE! REPITA! = NO ENSAIO!!!!!
É no ENSAIO que a segurança vai aumentando proporcionalmente
à precisão de tudo que está sendo feito. É essa mesma segurança que
transforma a tensão e o nervosismo em meros coadjuvantes do espetáculo,
possibilitando uma maior liberdade para oscilármos nos sentimentos que a
coreografia nos proporciona.
É no ENSAIO que reside o momento de trocar experiencias e de
lidar com erros e desafios.
A importância dos ensaios está na certeza de que estamos
conscientes do que está acontecendo com a gente dentro de um contexto técnico,
temático, temporal e espacial. É quando a razão encontra a emoção no mesmo
compasso e o movimento passa a ser a simples e sensível resposta do nosso
corpo. Aí a música toca no coração e a gente, de fato,“ dança a dança”.
Todas essas questões que envolvem o “ensaiar” fazem com que
a gente possa olhar pra trás e perceber que por maiores que tenham sido o
desgaste e o esforço, TUDO ali valeu a pena. Mesmo.